lote_2


implantação


planta piso 0


planta piso 1



planta cobertura





















[lote2, S. Mateus da Calheta, Angra do Heroísmo, 2005.2008]

| João Amaro Correia | 30.9.08 |   |

le bus


Arqtº Pedro Pinho Neves, Firminy]

| João Amaro Correia | 29.9.08 |   |

arké/chorea

Sob a aparente desordem da cidade tradicional, existe, nos lugares em que ela funciona a contento, uma ordem surpreendente que garante a manutenção da segurança e a liberdade. É uma ordem complexa. Sua essência é a complexidade do uso das calçadas, que traz consigo uma sucessão permanente de olhos. Essa ordem compõe-se de movimento e mudança, e, embora se trate da vida, não de arte, podemos chamá-la, na fantasia, de forma artística da cidade e compará-la à dança – não a uma dança mecânica, com os figurantes erguendo a perna ao mesmo tempo, rodopiando em sincronia, curvando-se juntos, mas a um ballet complexo, em que cada indivíduo e os grupos têm todos papéis distintos, que por milagre se reforçam mutuamente e compõem um todo ordenado. O ballet da boa calçada urbana nunca se repete em outro lugar, e em qualquer lugar está sempre repleto de novas improvisações.

Jane Jacobs, Morte e Vida de Grandes Cidades, 1961









[City Life, Steve Reich, 1995, Ensemble Moderne]

para a Maria José

| João Amaro Correia | |   | / / /

& now, live from firminy, france*


[Eglise Saint-Pierre, Le Corbusier, Firminy]

*Obrigado, Arqtº. Pedro Pinho Neves, pela foto e pela noite de Reyes.

| João Amaro Correia | 27.9.08 |   |

suburbia - Grande Praga da Monotonia*


A Cidade-Jardim e os dogmas da utopia do homem dócil sem vontades individuais, conscientes e inconscientes. A submissão ao planeamento eterno e infinito. A catalogação interminável de todos os bocados das cidades, das vidas, que divide e compartimenta radiosamente o tempo e o espaço em “caixinhas” [via Abrupto].

*Jane Jacobs

| João Amaro Correia | 25.9.08 |   | /

it may be

Talvez nos tenhamos mostrado um povo tão displicente que não mais nos importamos com o funcionamento real das coisas, mas apenas com a impressão exterior imediata e fácil que elas transmitem.

Jane Jacobs, Morte e Vida das Grandes Cidades, 1961


[Queue, Frank der Salm, 2005]

| João Amaro Correia | |   | /

a ecologia como religião, a estética como aberração [desperdício, já não dimensão]


[California Academy of Science, Renzo Piano, 2008]

| João Amaro Correia | 24.9.08 |   | /

subúrbio infinito


Andreas Gursky, Rurhtal

Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína

[...]
E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal..


Caetano Veloso


Há por todo o lado máquinas produtoras ou desejantes, máquinas esquizofrénicas, toda a vida genérica: eu e não-eu, exterior e interior, já nada querem dizer.

Gilles Deleuze e Félix Guattari


Não sem o cinismo com que constrói, Koolhaas devolve-nos ao exercício de pensar a cidade contemporânea no su texto "A Cidade Genérica". Ou à forma como experimentamos a cidade. Ou como, onde, decorre essa experiência urbana no nosso quotidiano. Porque antes de ser um texto sobre cidades, ou a cidade, é mais especulação sobre a experiência urbana. E a experiência, a subjectividade, não poderá ser idealizada sustentando-se em categorias puramente empíricas: não seremos todos hiper-viajados, connoisseurs do marisco mais saboroso, eruditos e ilustrados na história das cidades ou sequer na História. Mas o texto apresenta algumas hipóteses que importa verificar.
O significado desta condição urbana – numa altura em que mais de metade da humanidade habita em cidades – tem o alcança identitário. Será talvez este o principal tema da “cidade genérica”. E cidade é aqui não uma geografia, uma sociologia, uma economia - será tudo isso e, evidentemente, mais – mas é uma condição. Um a priori que enforma os indivíduos e conforma as suas identidades: o tráfico permanente das imagens; o déjà vu eterno da experiência do quotidiano – as mais radicais experiências (trágicas?) serão asspeticamente resguardadas pelos dispositivos da segurança vigiada -; a amnésia em luz néon; a mecânica do desejo do ser único e ao mesmo tempo global; a paranóia do futuro no minuto cessante; o ar-condicionado que abriga do buraco do ozono; a infinita “fachada-cortina” que induz a florescente indústria do silicone tapa-juntas (“o triunfo das juntas sobre a integridade dos materiais”).
A realidade de Koolhaas apresenta será anódina e asséptica, onde a experiência será apenas simulacro e o futuro a condenação a uma forçada felicidade em ar-condicionado – vulgarizada pela banalizadora e infinita repetição.
“A Cidade Genérica”, publicado em 1997, estará mergulhado no optimismo inebriante dos anos noventa e no apogeu das dotcom’s e dos índices Dow Jones. Como um Fukuyama urbano que anuncia o fim da cidade porque é agora tudo cidade e nos remete à condição da felicidade plastificada de um subúrbio infinito e global. Sem estória nem estórias, num movimento perpétuo de reescrita da História, disneylizando progressivamente as identidades.
Em dez anos assistimos à derrocada do optimismo perpétuo e radical. Entretanto Koolhaas dedicou-se a dar espaço (room) à condição “genérica”. Produzindo ícones atrás de ícones, postais atrás de postais, reproduzindo e densificando o vazio, que é a categoria essencial da “cidade genérica”. Como se a globalização nos deixasse estranhos em toda a parte e estando em casa em qualquer lugar do planeta. A dissolução da physis deixaria os arquitectos longe de qualquer melancólica noção de cidade, bairro, praça, espaço público, de História, de moral. Abandonados apenas a impulsos estéticos. Aqui, um frenesim de aparências e ilusões.
Irónico? Cínico?
¥€$

[La ciudad genérica, Rem Koolhaas]

| João Amaro Correia | 22.9.08 |   |

stuff in the world



[work nº876, Martin Creed, 2008]

| João Amaro Correia | 19.9.08 |   |

mon oncle*, monsieur koolhaas


La Maison à Bordeaux, pela senhora da limpeza.




[Koolhaas Houselife, Ila Bêka & Louise Lemoine, 2008]

*D'après Jacques Tati.

| João Amaro Correia | |   | / /

alterações climáticas


Plano, Illinois, submetido a sessenta anos de construção massiva. Em leito de cheias.

[Farnsworth House, Mies van der Rohe, 1945-51]

| João Amaro Correia | 18.9.08 |   | /

per scapere


O que existe de "natural" na natureza, a sua sensualidade imediata, só é entendido enquanto enigma pelo artifício de uma construção mental.
[...]
Algo parecia demasiado, por isso nenhuma história pode sobrepor-se. Algo como a invenção de uma pintura de paisagem. O assunto "oculto", que se ausenta assim da representação colorida do quadro, manifesta na sua nudez o facto-pintura, sem o álibi ilusório de um qualquer assunto. O facto-pintura - o surgimento conjunto da paisagem e da pintura.

[A Invenção da Paisagem, Anne Cauquelin]

| João Amaro Correia | 14.9.08 |   | /

on the transmigration of souls*


[Falling Man, Richard Drew, 09.11.2001]

*John Adams

| João Amaro Correia | 11.9.08 |   |

paveseana#2

A obra equivale à oração, porque nos põe em contacto com os que dela tirarão proveito. O problema da vida é, portanto, o seguinte: como romper com a nossa solidão, como comunicar com os outros.

[Cesare Pavese, Ofício de Viver]

| João Amaro Correia | 3.9.08 |   | / / /

"devo" ver



[La Tempesta, Giorgione, 1506/8]

| João Amaro Correia | 2.9.08 |   | / /