É, de facto, verdade: é o melhor bairro do mundo.
urbanidade
No recuperado quiosque do Príncipe Real sou atendido por uma jovem e elegante senhora que, entre cafés e abatanados, vai lendo a Era do Vazio.
moral kiosk*
E o mundo começa com o jornal.
E falha-me o quiosque do Príncipe Real. E falha-me o mundo.
*Moral Kiosk, REM
uma vez desaparecido o observador todas as coisas se despenham*
Havia uma janela e depois uma rua. E depois de mesas a imitar madeira e usos antigos havia um velho e uma criança e uma mulher bela de ombro aberto e a luz de dias vivos. Havia um café que se voltava para a rua. Era a cidade no café ao balcão e o cálculo do comércio do dia, pela manhã e, à noite, a adivinhação dos incêndios de que se alimentam os versos ansiosos e até os movimentos de um coração impaciente. A Pastelaria Cister, Lisboa e Washington e Bruxelas, o mundo!, aos tropeções.
Quieta e submissa trocou-se da Rua da Escola Politécnica inclinando-se para um televisor uniformemente liso pendurado à entrada para a casa de banho.
Não é lamentável quando se perde alguma coisa. Apenas triste.
*António Franco Alexandre, Dos Jogos de Inverno