go east [vontade e representação]


A 25 de Agosto de 2008 redefinir-se-á a identidade da China. Aos olhos do mundo, aos olhos do Ocidente. Porque é este o jogo. De identidades. Da Nova China, como peão global e já não regional e do próprio Ocidente que, em crise económica e psicológica – que não cultural – se vê na contingência de se repensar enquanto “farol” da humanidade. Muito mais que performances desportivas, o que se ergue a Oriente é uma nova ordem mundial. Um bater de asas em Pequim...
Ícones globais de uma arquitectura global erguem-se no horizonte de uma geração – Koolhaas, Herzog, starchitects – que se propôs rever a matéria monolítica do final do modernismo anquilosado. Complexidades e contradições de quem (se) libertou da previsibilidade tardo-modernista, apostou na democracia da forma, e agora estende a carteira de clientes às mega-corporações e a regimes autoritários.
Se o Ninho de Pássaro exala uma “beleza intoxicante”, ícone universal do capitalismo asiático, enredado no interminável debate da moralidade de servir um regime bárbaro, não será o melhor ponto de fuga uma entusiamada estética, um terrífico sublime, ou realpolitik, como justificação dos triunfos estéticos alcançados no dealbar do milénio.
Cínicos? Sabemos bem que muita da arquitectura que nos emociona tem sangue como argamassa.


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