av. dom joão ii#2
Labirinto, máscara, espelho: as metáforas de Nietzsche são o canto do lamento e da perda inelutável com que a modernidade o intima. A matéria que enforma o espírito e já não o fulgor impalpável – irracional – na constituição do mundo.
Gémeas, máscara e labirinto, são as imagens, simétricas também, que o filósofo empresta à arquitectura. O disfarce epidérmico e hipócrita ou a abundância labiríntica do pensamento e da construção. Devoção dionisíaca ou ódio aos insuportáveis filisteus no ataque aos refúgios inautênticos do quotidiano.
E depois há os espelhos de Veneza, as suas profundas solidões e depois as cidades, já transformadas em ‘sistemas de solidão’ por Tafuri, na profusão indiferente de sinais e pistas e rastos e traços, elididos a cada colisão fortuita.
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29.9.09
O problema da "cidade cenário" e sua arquitectura, não é o de que aspira a palco do que nela se antevê em papel. O programático é sempre pernicioso, as regras e normas instituídas desvirtuam a adaptação a apropriação.
O arquitecto contemporâneo vê o sujeito como peça na engrenagem do seu objecto deificado. Estuda-o, sendo parte da amostra mas superiorizando-se como Deus, para “inventar” respostas a necessidades interpretadas como válidas porque cientificas. "Nunca idolatrarás imagens", pois contemporaneamente este é o nosso inferno, o objecto é pensado fotograficamente para ser coisa nenhuma, sem identidade ou para representar uma realidade externa a si mesmo, ou uma justificação de “mal necessário” ou uma de “alegoria de outra realidade”.
A cidade e o objecto arquitectura sempre serviram de cenário ao sujeito, o problema é que se homogeneizou e transpôs o “drama” individual de “cada peça da engrenagem cidade” e catapultou-se para uma cidade sem referências, confusa. Onde todos os objectos são tratados como iguais porque se entende que o sujeito perdeu o guião de como estar numa cidade, observá-la e usufruí-la apenas porque existem elementos ou espaços de referência, sem precisar de desviar-se porque uma placa sinalética o obriga a. -
29.9.09
O problema da "cidade cenário" e sua arquitectura, não é o de que aspira a palco do que nela se antevê em papel. O programático é sempre pernicioso, as regras e normas instituídas desvirtuam a adaptação a apropriação.
O arquitecto contemporâneo vê o sujeito como peça na engrenagem do seu objecto deificado. Estuda-o, sendo parte da amostra mas superiorizando-se como Deus, para “inventar” respostas a necessidades interpretadas como válidas porque cientificas. "Nunca idolatrarás imagens", pois contemporaneamente este é o nosso inferno, o objecto é pensado fotograficamente para ser coisa nenhuma, sem identidade ou para representar uma realidade externa a si mesmo, ou uma justificação de “mal necessário” ou uma de “alegoria de outra realidade”.
A cidade e o objecto arquitectura sempre serviram de cenário ao sujeito, o problema é que se homogeneizou e transpôs o “drama” individual de “cada peça da engrenagem cidade” e catapultou-se para uma cidade sem referências, confusa. Onde todos os objectos são tratados como iguais porque se entende que o sujeito perdeu o guião de como estar numa cidade, observá-la e usufruí-la apenas porque existem elementos ou espaços de referência, sem precisar de desviar-se porque uma placa sinalética o obriga a.