technics of the self
Não é tudo mau. Apenas perigoso. Diriam os mais cínicos filósofos franceses.
Mas a vontade, contra a paisagem, contra a realidade.
If I abandoned this project, I would be a man without dreams.
Werner Herzog
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[Fitzcarraldo, Werner Herzog, 1982]
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11.6.08
Sem dúvida que todo este texto em relação à Praça das Flores está muito bem escrito, bem escrito entenda-se bonito, porque a realidade da Praça das Flores vai muito além da designação de espaço publico que está a ser dada.
A realidade da Praça das Flores é de prostituição masculina e droga a partir de certas horas, a realidade é a de que os moradores não se sentem seguros a frequentar o mesmo pela frequência que por ali passa, a realidade é de um espaço livre, mas livre de ordem, livre de regras, onde se partem garrafas, partem bancos, riscam fontes, um espaço de ninguém, mas de todos, de todos que fazem imperar o medo.
Será que este é o espaço que queremos, que os moradores querem, ou que alguns políticos estão a tirar proveito por terem perdido o “poiso”? Será que estamos só a mostrar o lado negativo desta situação de 20 dias e, ocultar o lado positivo? Será que estamos a entrar no velho Fado Português que de tudo se queixa e de nada congratula?
Não tivéssemos nós o exemplo do Miradouro de São Pedro de Alcântara, que não levantou vozes como estão a ser levantadas em relação à Praça das Flores. No final, o resultado é o mesmo, ESPAÇOS PÚBLICOS RECUPERADOS. Apesar do caminho percorrido ser diferente. Enquanto o Miradouro S. Pedro de Alcântara esteve 2 anos vedado com grandes custos para a Câmara, a Praça das Flores estará durante 20 dias vedada entre as 17h00 e as 00h00, com lucros para a Câmara, que podem ser aplicados na recuperação de mais espaços.
Vamos começar a ser mais sérios e tentar realmente perceber o que a maioria pensa em vez de dar voz a uma pequena minoria que na realidade só olha para o próprio umbigo em vez de pensar no que realmente o povo precisa.