dos sentidos


Quando há arquitectura?, admitindo Nelson Goodman, “quando há arte?”, um artefacto é apreendido como objecto de arte em função das disposições culturais de quem os apreende, tendo em conta que estas evoluem nos tempos e nas sociedades.
Esta posição subentende que não é do domínio filosófico determinar quais as “obras de arte” e quais as que o não são. À filosofia caberá agora estabelecer quais a proposições correctas em determinada ciência.
No que toca à arquitectura constatamos uma espécie de invisibilidade: quem não apenas, ela inscreve-se na neutralidade neutralidade impossível, na medida em que a nossa existência também se mede pelo nosso habitar - da passagem e paisagem quotidiana. “Quando há arquitectura?” Quais são os critérios que estruturam a visibilidade da arquitectura e a nossa percepção da arquitectura, a legitimidade da arquitectura?

A arquitectura balança-se entre o visível, o sensível, o que nos acompanha, o que acompanhamos, e o inteligível, o invisível, o que gera o nosso sentido e o sentido que produzimos.

[João Luís Carrilho da Graça, Centro Comercial, Leiria]


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