post postmodern

O pós-modernismo tentou uma fuga filosófica, ética e formal ao diktat racionalista. Através de jogos formais, da citação, contaminação linguística, de um sentido de liberdade e de possibilidade e da recuperação histórica e arquitectónica.
Na Guild House, [1960], Venturi faz uso de alguns elementos decorativos e simbólicos - a simetria e a estereotomia do tijolo, a coluna enfática, o arco, a antena de televisão - declarando less is bore em contradição com Mies van der Rohe. A crítica de Venturi ao modernismo aparece em Learning from Las Vegas [1972] onde sublima o banal.
Segundo Charles Jenks o pós-modernismo seria qualquer coisa construído após 1972, ano em que Pruitt-Igoe em St. Louis – habitação para famílias de baixo rendimento – é declarado um falhanço e a experiência de construção massiva em altura implode. Assinala-se a dinamite o fim simbólico do modernismo.
Na lógica de Jenks, o pluralismo é uma das principais características do pós-modernismo, enfatizada pela necessidade do arquitecto experimentar diferentes “tendências” culturais na sua acção. A conclusão, de Jenks, é que o pós-modernismo, meio-moderno, meio-qualquer-outra-coisa, é uma tentativa de comunicação capaz de chegar tanto ao grande público como com à minoria iniciada.
Esta é uma das muitas definições do pós-modernismo – o pluralismo na própria tentação da sua definição – mas o tom de fundo é sempre a fuga à abstracção modernista. Quanto mais não fosse pelo quebrar do esgotado espartilho racionalista e pela proclamação das múltiplas possibilidades linguísticas da arquitectura.
Eventualmente esgotada a citação historicista em meados de 80, os arquitectos vêm-se obrigados, até por vaidade, a reencontrarem de novo o novo.

A liberdade tem um preço. Pode ser uma boa gargalhada.


[Nazaré, autor desconhecido]


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