terrae incognitae


Suspensa sobre o abismo, a vida dos habitantes de Octávia é menos incerta que noutras cidades. Sabem que mais do que um certo ponto a rede não aguenta.

[As Cidades Invisíveis, Italo Calvino]



O espaço inteiro da humanidade e da natureza implode. Integralmente conquistadas todas as suas dimensões [euclidianas e outras], o espaço cessa de ser um volume extensível através do qual e expansão não tem limites. A extensão deixa de ser expansiva. Torna-se intensiva – junções, condensações, compressões, potências de partículas ou de fibras infinitas, milhões de bits de energia ou informação em quase nenhum espaço-tempo – o espaço perde o seu pensamento, a sua disposição de amplitude e abertura. De certa forma o espaço não mais exactamente dimensional: a terra não é mais que um ponto, e o ponto é sem dimensões.
A consciência agonizada do re-encerramento engendra uma espécie de pensamento do espaço – pensamento que é ao mesmo tempo essa angústia e a luta com ela mesma, o ponto de partida de uma outra história, de um outro espaçamento.


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