O compromisso da arquitectura com o real torna-se operativo como “arte do possível”. Nem só do labor no erro, que é a cópia infinitamente [mal] reproduzida, vive o construir português contemporâneo.
A pragmática da construção é matéria prima do trabalho do arquitecto. E tanto mais os constrangimentos se dispuserem no estirador, menos branco permanece o papel, ainda que não se alivie a angústia. O processo torna-se mais complexo, mais denso, porventura mais moroso, mas mais consciente e consistente.
Dois volumes, repousam sobre a colina, contradizem o congestionamento da Estrada Nacional 1 para onde se voltam. Sóbrios, convincentes e seguros, afirmam-se pela abstracção rigorosa com que se erguem e com que são rasgados. Pragmáticos, filtram a luz de poente que incide num duplo pé-direito com painéis ripados de madeira, que se repetem nas portadas exteriores dos necessários vãos – apenas e só os indispensáveis. Alheio aos vizinhos, aspirantes a modernos, pós-modernos, pós-rurais, assenta num embasamento de betão cru, nu.
A quem tenha conhecimento, solicita-se que revele a autoria do projecto.
[Quinta do Seixo, Leiria]
estrada nacional#4
about this entry
currently reading estrada nacional#4.
- published:
- on 8.11.07
- category:
- estrada nacional
- previous:
- Older Post
- Next:
- Newer Post