arké/psyché#2

Podemos acrescentar aqui o interessante caso da busca da felicidade na contemplação da beleza, onde quer que ela se apresente aos nossos sentidos e ao nosso juízo, a beleza das formas e gestos humanos, de objectos da natureza e paisagens, de criações artísticas e mesmo científicas. Esta atitude estética em relação ao sentido da vida oferece pouca protecção contra a ameaça do sofrimento, mas serve em grande medida como sua compensação. O prazer proporcionado pela beleza reveste-se de uma qualidade perceptiva peculiar, levemente embriagante. Não é claro qual seja a utilidade do belo nem a sua necessidade civilizacional, e no entanto não podia deixar de estar presente na nossa cultura.

Sigmund Freud, O Mal-Estar na Civilização


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