praça


A praça é pública quando a vida é a ela convocada. Quando o quotidiano lá se desenrola, sem outras preocupações que não somente as da acção que cada indivíduo escolhe lá experimentar. É representativa do tempo da sociedade: a praça é o lugar de democracia. A evidência disto reside na sua utilização simbólica pelo poder político. A consequência é a verificação das alterações sociais e culturais que se vão depositando em camadas de tempo e matéria.
Num lote entalado Um centro cultural, que releva das novas opções e preocupações do poder político face às cidades e aos indivíduos.
O arquitecto aproveita e marca esse novo lugar público com um gesto inusitado. A curva de betão, agora e aqui evidente, acolhe a chegada a um edifício que depois é, também ele, ligação e preenchimento do vazio urbano que se suspeita fosse a “vida anterior” daquele lugar. O vazio é preenchido por um pórtico de betão, escavado e atribuindo profundidade a um paramento exterior de vidro e caixilharia.
E naquela praça sabe-se agora onde fica o lugar de encontro.

[CVDB (Cristina Veríssimo + Diogo Burnay), Centro Cultural do Cartaxo, Cartaxo]

adenda: Ler mais n'O Arrumário.


about this entry